Thursday, November 1, 2007

60. Super Homem

O homem morava na favela. Um dia ele foi ate a biblioteca da cidade e pediu um bom livro. Tinha aprendido que ler era o melhor remedio e que as pessoas que liam viviam muito melhor. E por isso, talvez, a leitura poderia leva-lo a um nivel elevado de entendimento das coisas do mundo. A bibliotecaria lhe deu um livro do escritor frances Sartre, Jean Paul. O homem ficou achando que Sartre era o maximo. Aquilo sim era uma visao moderna dos problemas da humanidade! Ficou impressionado com a historia de uma pessoa humilde e fraca mas que havia se transformado em um super-homem quando saiu de casa e andou no meio das outras pessoas com um revolver no bolso (!) ... O homem ficou pensando nas coisas da favela: na pobreza e na violencia. E enquanto misturava seus pensamentos com o super-homem que Sartre havia lhe apresentado, teve a brilhante ideia de ir ate uma loja no centro da cidade e comprar uma fantasia igual a do Super-Homem: vermelha e azul com algumas estrelinhas brancas. Sentiu que a leitura o levava a caminhos que munca havia trilhado e que, talvez agora, poderia ajudar as outras pessoas a entender a miseria como uma coisa do pensamento. Mas, quando andou pela favela vestido com aquela roupa ridicula, levou uma surra tao grande, mas tao grande, que nunca mais quis ler e proibiu seus filhos irem a biblioteca. Segundo ele, lugar de masoquistas ou de cornos. Como o tal do Sartre deveria ter sido.

11 comments:

Anonymous said...

Como dizia o Raul Seixas, livro so serve pra quem nao sabe ler...

Roberto M. I. Simões said...
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Roberto M. I. Simões said...

tem muito brasileiro q é assim... acha q a cultura americana é "universal" e q qquer lixo q nos fazem engolir é bom e nos distrai...
Pq esse brasileiro favelado não quis imitar Macunaíma ao invés do Super-Homem? Talvez pq de Macunaíma todos nós temos um pouco! rs
Gostei do Anonimo acima tbem... "Toca Raul!"
Abração Renatix!

Anonymous said...

Re adorei...senao estou enganada se esse cara tivesse lido Nietzsche tb poderia ter tido essa mesma reação, visto que esse autor tb fala do super-homem nao o de Hollywood é claro...
Adorei
beijos

ZkL´ said...

sou mais o lanterna verde de Camus, ou o aqua-man de Proudhon. Esses franceses metidos a marvel são foda ! casca o aio mo tiu !

Anonymous said...

so to dando um alo porque eu tambem estive la batendo no babaca

leni simão said...

É, coisas das tais interpretações. Talvez o mundo fosse melhor sem elas. Talvez Cristo fosse melhor do que dizem os cristãos, Marx sem os marxistas, etc. O certo vira errado, dependendo da hora.

Anonymous said...

Tambem, quem mandou dar Sartre para ele logo de cara?
O Paulo Coelho seria melhor! ahahahahahahaahahaahahahhahahahah
Achei o final um pouco decepcionante, esperava algo mais profundo, mas talvez, ai esteja o segredo do texto, maybe?
De qq forma, voce tem talento!

Anonymous said...

"Vejam só quantos livros na minha estante, Dom Quixote, Cavaleiro andante, luta a vida inteira contra o Rei"

Anonymous said...

Hahaha !!! Excelenteeee, como todos né ?
Também acho que Satre logo de prima assim não foi muito inteligente da bibliotecária. Ele poderia ter começado de forma mais suave. Saudades Renatooooooo !!!
Continue divertindo seus amigos.
Ana Laganáaaaaaaaaaa

Mônica Carvalho said...

...e me empresta o seu colar, que um dia eu fui buscar, na tumba de um sábio faraó.

Toca Raul ZKL