Acordou em um salto. Desde a noite passada um pensamento nao saia de sua cabeca... e, talvez, por isso a agonia do pesadelo. Como a favela nao tinha esgotos, os moradores enterravam os seus dejetos. Entao, foi facil concluir que depois de muitos anos, os barracos deveriam estar boiando sobre um mar de coco. Dai a expressao viver com o pe na merda (?). Incomodada, imaginou um cano jogando tudo la em baixo, na praia e, com o tempo, a favela toda se unindo em uma grande rede. Isso nao era uma boa ideia? E assim foi feito. No dia seguinte chamou os vizinhos para ajudar a enterrar os canos. Em seguida, levantaram uma meia divisoria no unico comodo do barraco, com um bonito vaso sanitario bem no meio. Quando acabaram o trabalho, todos foram convidados para a inauguracao e, como de costume, trouxeram frangos, farofa, feijoada, torresmos e muita birita. E, ao mesmo tempo em que comiam, bebiam e batucavam sem parar, formavam fila para testar aquela ideia genial. A longa fila durou o dia todo, o outro dia, atravessou a semana, a outra semana e o mes. Era um entra-e-sai sem fim. E assim continuou por muito tempo ate que, nao dando mais para suportar a situacao, a loucura tomou conta da mulher: descabelada, correu morro abaixo e mergulhou de cabeca entre as coisas que flutuavam e se afogou no espesso caldo melado em que o mar havia se transformado. Depois, acordou em um salto. Desde a noite passada um pensamento nao saia de sua cabeca…
Saturday, December 15, 2007
63. O Pesadelo
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5 comments:
éééééééckatttttt !
Écat mesmo!!
ééécat éca !
o tio ... legal a historia . mais nojentinha hein ! hauhauhauhahau
msm assim adoreiii !
beijOs
Um pesadelo escatologico so poderia terminar em merda!
Esses intextinos estão funcionando bem pácas, hein? Ui, nojo do cão!
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